segunda-feira, 2 de abril de 2018

Domingo

Ontem uma amiga me sugeriu a música de Sá e Guarabyra, "Meu lar é onde estão meus sapatos". Fui ouvir e um verso me chamou a atenção:
"A gente tem que saber
Ser dono do seu destino
Partir se tem que partir
Ficar se tem que ficar
Meu lar é onde estão meus sapatos
Um pouco em cada pedaço e lugar"
Hoje completam 11 domingos desde que a pickupzinha do Zéze trazendo nossos trenzinhos, veio ziguezagueando pelas curvas dos cerca de 100 km que agora me separam da minha patriazinha. Confesso que só agora parou de doer a distância da janela azul de tramela, meu portal para Nárnia. Repito pra mim mesma, quase que como um mantra, diariamente: "desapega, Dalva, desapega! Perder mais, mais rápido e com mais critério, lembra?". Agora há pouco lia um conto que falava de caduquice, que “caducar não é endoidar, não, é só esquecer o que d’ora em vante não tem mais serventia pra vida." É isso! Enquanto tiver serventia a gente vai lembrando. Daí, recordo da poesia de Adélia e me convenço que a memória e o sentimento são um país que posso sempre visitar e fecho os olhos e ouço novamente a risada de Dona Geralda a caminho da igreja, as vozes do coral cantando durante a missa e o sermão do padre. E estou novamente na minha patriazinha e "é domingo, é domingo, é domingo"...

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